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Os gases com efeito de estufa são os responsáveis pelas profundas alterações que o planeta está a sofrer. E, num estudo recentemente publicado, conclui-se que as emissões aumentaram muito mais do que se julgava. Aumento da temperatura média até 6,4ºC, subida de 59 centímetros das águas do mar, mais secas e cheias, furacões de intensidade crescente, milhões de pessoas a não ter alternativa senão fugir das suas casas, empurradas por fenómenos naturais extremos, para nunca mais voltar. As conclusões do IPCC (sigla inglesa para Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas, o organismo que estuda, para a ONU, as mudanças climáticas) são as mais completas que existem, mas podem pecar por defeito - aliás, o último relatório deste ano já apresenta resultados bem mais alarmantes do que o anterior, de 2001. De acordo com esse grupo de investigadores, que usa a Antártida para estudar o fenómeno, o dióxido de carbono (CO2) na atmosfera aumentou 35%, entre 1990 e a média de 2000-2006, para 9,9 mil milhões de toneladas. O problema, dizem os cientistas, é causado a montante e a jusante: a Humanidade polui mais, enquanto que os oceanos e as florestas têm uma capacidade cada vez menor de absorção de gases com efeito de estufa (devido ao aquecimento das águas do mar e à desflorestação). (…) Os países industrializados representam, apenas, 20% da população mundial, mas são responsáveis por 60% das emissões. O desequilíbrio aumenta quando se sabe serem as regiões subdesenvolvidas as que mais vão sofrer com as alterações climáticas, enquadrando o aquecimento global numa moldura de imoralidade.
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